quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Prece














Talvez ainda não saibamos a real eficácia da prece e nem mesmo a melhor forma de fazê-la, talvez também não saibamos seus benefícios e o bem que causamos a nós e aos outros ao fazermos nossas preces. Temos os recursos necessários para tais dúvidas então porque não fazermos uso?!
No “Livro dos Espíritos” – As Leis Morais – Cap. 2 – Lei de Adoração / Item IV – Da Prece), Allan Kardec pergunta:


Pergunta – Agrada a Deus a prece?
Resposta dos Espíritos – A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo. Assim, preferível lhe é a prece do íntimo á prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-lhe a prece quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas, não creiais que o toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade.

Pergunta – Qual o caráter geral da prece?
Resposta dos Espíritos - A prece é um ato de adoração. Fazer preces a Deus é pensar nele, aproximar-se dele, pôr-se em comunicação com ele. Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer.

Pergunta - A prece torna o homem melhor?
Resposta dos Espíritos - Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lha envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.
a) Como se explica que certas pessoas que oram muito sejam, apesar disso, de muito mau caráter, ciumentas, invejosas, implicantes, faltas de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas?
Resposta dos Espíritos - O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas julgam que todo o mérito está na longura da prece e fecham, os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam.
Pergunta - Podemos utilmente pedir a Deus que perdoe as nossas faltas?
Resposta dos Espíritos – Deus sabe discernir o bem do mal; a prece não esconde as faltas. Aquele que a Deus pede perdão de suas faltas só o obtém mudando de proceder. As boas ações são a melhor prece, por isso que os atos valem mais que as palavras.

Pergunta – Pode-se, com utilidade, orar por outrem?
Resposta dos Espíritos – O Espírito de quem ora atua pela sua vontade de praticar o bem. Atrai a si, mediante a prece, os bons Espíritos e estes se associam ao bem que deseje fazer.
O pensamento e a vontade representam em nos um poder de ação que alcança muito alem dos limites da nossa esfera corporal. A prece que façamos por outrem e um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar, em auxilio daquele por quem oramos, os bons Espíritos, que lhe virão sugerir bons pensamentos e dar a forca de que necessitem seu corpo e sua alma. Mas, ainda aqui, a prece do coração e tudo, a dos lábios nada valem.

Pergunta – Podem as preces, que por nos mesmos fizermos, mudar a natureza das nossas provas e desviar-lhes o curso?
Resposta dos Espíritos – As vossa provas estão nas mãos de Deus e algumas há que tem de ser suportadas ate o fim;mas, Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz para junto de vos os bons Espíritos e, dando-vos estes a forca de suportá-las corajosamente, menos rudes elas vos parecem. Hemos dito que a prece nunca e inútil, quando bem-feita, porque fortalece aquele que ora,o que já constitui grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudara, bem o sabes. Demais, não e possível que Deus mude a ordem da natureza ao sabor de cada um, porquanto o que, do vosso ponto de vista mesquinho e do da vossa vida efêmera, vos parece um grande mal e quase sempre um grande bem na ordem geral do Universo. Alem disso, de quantos males não se constituem o homem o próprio autor, pela sua imprudência ou pelas suas faltas? Ele e punido naquilo em que pecou. Todavia, as suplicas justas são atendidas mais vezes do que supondes. Julgais, de ordinário, que Deus não vos ouviu, porque não fez a vosso favor um milagre, enquanto que vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do acaso ou da forca das coisas. Muitas vezes também, as mais das vezes mesmo, ele vos sugere a idéia que vos fará sair da dificuldade pelo vosso próprio esforço.

Pergunta - Será útil que oremos pelos mortos e pelos Espíritos sofredores? E, neste caso, como lhes podem as nossas preces proporcionar alivio e abreviar os sofrimentos? Tem elas o poder de abrandar a justiça de Deus?
Resposta dos Espíritos - A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alivio, porque recebe assim um testemunho do interesse que inspira aquele que por ela pede e também porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que ora concite o desgraçado ao arrependimento e ao desejo de fazer o que e necessário para ser feliz. Neste sentido e que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua parte, ele secunda a prece com a boa vontade. O desejo de melhorar-se, despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos melhores, que vão esclarecer, consolar e dar-lhes esperança. Jesus orava pelas ovelhas desgarradas, mostrando-vos, desse modo, que culpados vos tornaríeis, se não fizésseis o mesmo pelos que mais necessitam das vossas preces.
Espírito São Luiz

Pergunta – Que se deve pensar da opinião dos que rejeitam a prece em favor dos mortos, por não se achar prescrita no evangelho?
Resposta dos Espíritos – Aos homens disse o cristo: Amai-vos uns aos outros. Esta recomendação contem a de empregar o homem todos os meios possíveis para testemunhar aos outros homens afeição, sem haver entrado em minúcias quanto a maneira de atingir ele esse fim. Se e certo que nada pode fazer que o Criador, imagem da justiça perfeita, deixe de aplicá-la a todas as ações do Espírito, não menos certo e que a prece que lhe dirigis por aquele que vos inspira afeição constitui, para este, um testemunho de que dele vos lembrais, testemunho que forcosamente contribuirá para lhe suavizar os sofrimentos e consola-los. Desde que ele manifeste o mais ligeiro arrependimento, mas só então, e socorrido. Nunca, porem, será deixado na ignorância de que uma alma simpática com ele se ocupou. Ao contrario, será deixado na doce crença de que a intercessão dessa alma lhe foi útil. Daí resulta necessariamente, de sua parte, um sentimento de gratidão e afeto pelo que lhe deu essa prova de amizade ou de piedade. Em conseqüência, crescera num e noutro, reciprocamente, o amor que Cristo recomendava aos homens. Ambos, pois, se fizeram assim obedientes a lei de amor e de união de todos os seres, lei divina, de que resultara a unidade, objetivo e finalidades do Espírito.
Espírito Sr. Monod, pastor protestante em Paris, morto em abril de 1856.

Pergunta – Pode-se orar aos Espíritos?
Resposta dos Espíritos – Pode-se orar aos bons Espíritos, como sendo os mensageiros de Deus e os executores de suas vontades. O poder deles, porem, esta em relação com a superioridade que tenham alcançado e dimana sempre do Senhor de todas as coisas, sem cuja permissão nada se faz. Eis por que as preces que se lhes dirigem só são eficazes, se bem aceitas por Deus.


Retirado do “Livro dos Espíritos” – Allan Kardec (As Leis Morais – Cap. 2 – Lei de Adoração / Item IV – Da Prece)

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